Façamos bons debates em 2013!


Por Múcio Magalhães

O número não poderia ser mais sugestivo, o 13, que significa azar para tanta gente, mas que vem mudando seu significado na medida em que o PT o transformou em sinônimo de mudanças que melhoraram a vida de milhões de brasileiros e brasileiras.

O partido que adotou o 13 como seu número, tem debates importantes a fazer no emblemático ano de 2013. Realizará mais uma eleição direta das suas direções e mais uma vez estará diante do desafio de eleger dirigentes que assumirão a responsabilidade de conduzi-lo em meio aos enfrentamentos que culminarão nas eleições de 2014.

As classes dominantes sinalizam desde agora que não estão dispostas a deixar passar a oportunidade de assumir o controle do estado brasileiro, derrotar o partido que representa os interesses das classes exploradas, e que por mais que rebaixe e adapte seu programa, traz consigo a defesa da redistribuição de renda para financiar o acesso a direitos que antes não eram destinados as maiorias. A pequena minoria que detém o poder econômico no país continua a lucrar muito com o modelo econômico brasileiro, no entanto, quer ainda mais, persegue também o poder político.

Na disputa eleitoral que se avizinha, se enfrentarão mais duramente os representantes dos dois lados, as chamadas elites contra a classe trabalhadora, mesmo que os de cima não assumam a luta claramente, e se utilizem de algum dos farsantes que usam a maquiagem de "esquerda moderna". Para usar os termos corretos, uma eleição burguesa na qual se manifestará a luta de classes, e que exigirá um PT preparado, com um programa político que expresse a decisão de avançar nas conquistas e reformas estruturadoras.

O PT precisará estar coeso internamente para defender este programa e para construir a organização indispensável para transformar o programa em bandeiras de luta debatidas entre as massas e que seja capaz de realizar uma forte mobilização popular.

Nosso PT está longe deste patamar, e não estará à altura desses desafios se permitir que os interesses menores de indivíduos e grupos, se coloquem acima dos interesses da classe trabalhadora brasileira. O partido que tenha coesão interna, organização e capacidade de defender seu programa, surgirá dos debates que faremos neste ano, nos balanços das eleições de 2012, dos governos que dirigimos em todos os níveis e das direções partidárias eleitas no último PED.

O PT deve sair do próximo PED com as condições de construir sua unidade interna após exercitar profundamente o direito da divergência, onde a crítica aponte as questões que já chegaram ao limite e que precisam ser banidas do partido, bem como os pontos do programa que servirá de guia no embate com os inimigos de classe.

Uma derrota do PT em 2014 será um retrocesso que não podemos dimensionar agora, mas, sabemos que deter os avanços, mesmo tímidos, que alcançamos em três governos, é adiar conquistas populares essenciais ao nosso povo. E quem vencer o PED em 2013 terá a tarefa de dirigir o partido para a vitória em 2014.

Não é fácil nem pequena a nossa jornada, por isso vamos desde já nos preparar para vencer o oportunismo que derrota o PT com seu pragmatismo. Exercitemos a capacidade de buscar aliados internos para travar uma batalha que ninguém vence isoladamente. Sejamos humildes para reconhecer que o melhor programa seja fruto de sínteses coletivas, construídas por militantes que tem como objetivo o fortalecimento do partido. Mas, acima de tudo tenhamos coragem para ir até as últimas consequências na defesa do PT democrático, socialista e revolucionário.

Em 2013 comemoramos 33 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores, dez anos desde a posse do Lula e vinte anos de fundação da Articulação de Esquerda.

Honraremos esta caminhada e permaneceremos firmes na luta por outra sociedade, livre de opressões, sem exploração, justa e fraterna!


Múcio Magalhães é dirigente do PT e da Articulação de Esquerda.

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