O 25 de novembro é marcado no
calendário das lutas sociais como o Dia Internacional para Eliminação da
Violência contra a Mulher. A Convenção de Belém do Pará (Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher,
adotada pela OEA em 1994), define a violência contra a mulher como “qualquer
ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico,
sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera
privada”. Neste período vários atos e campanhas são realizados para dar
visibilidade à violência doméstica e familiar, um problema social e de saúde
pública, já que muitas mulheres necessitam de atendimento do SUS em função das agressões
físicas e sexuais.
Para as gestões municipais, estaduais
e federal, o enfrentamento a violência doméstica contra as mulheres tem que ser
diário. 25 de novembro são todos os dias! São necessários serviços que
funcionem em rede de fato e dialoguem ente si, pois a assistência à mulher em
situação de violência deve ser multidisciplinar e abranger
atendimentos/acompanhamentos de aspectos que envolvem o psicológico, jurídico,
saúde, assistência social, entre outros a depender da especificidade de cada caso
e suas demandas.
É necessário fortalecer e
ampliar as políticas públicas existentes para que todas as mulheres em situação
de violência tenham acesso quando delas demandarem.
Temos avanços, valorizamos as
conquistas, sobretudo a Lei Maria da Penha, mas é preciso mais. É necessário
orçamento específico e mais investimento nas políticas para as mulheres nas
três esferas de governo para garantirmos a plena aplicabilidade da Lei. Uma
legislação para ser operacionalizada precisa de ações conjuntas.
Para a efetiva aplicabilidade
da lei a rede deve estar bem estruturada para funcionar. Infelizmente em muitos
casos não é esta a realidade e é aí que esta a fragilidade para muitas mulheres
que necessitam da proteção da Lei.
A fragilidade das políticas é
fator determinante para que a mulher permaneça no ciclo da violência, pois a
situação não estará resolvida apenas com uma queixa. A queixa é o primeiro
passo. A mulher necessita de amparo e segurança para prosseguir, romper com o
ciclo da violência e recomeçar uma vida livre da violência.
Para alcançarmos este objetivo
as políticas de promoção da igualdade de gênero e de enfrentamento a violência
contra a mulher devem ser amplamente implementadas em todo País, uma vez que
não existe cidade ou município livre da violência contra a mulher.
Vivemos em uma sociedade em que
o machismo é estruturante em suas relações e no modo como os fatos são
analisados, a dívida da sociedade com as mulheres é histórica.
A desconstrução desta cultura é
fundamental para o estabelecimento das condições necessárias que garantam a
autonomia das mulheres sobre seu corpo, sua vida e sua plena cidadania.
Para tanto, precisamos defender
o Estado laico e a reforma política. As mulheres que nos representam na Câmara Federal
e no Senado Federal precisam defender nossas pautas nestes espaços. O nosso
Partido precisa trazer este assunto para sua pauta interna e externa,
reconhecendo que a garantia e proteção dos direitos das mulheres é essencial
para a sociedade que buscamos com equidade real entre mulheres e homens.
O debate do aborto precisa ser
enfrentado. Não podemos permitir que seja usado de forma pejorativa e que seja
o “coringa” da direita conservadora no período eleitoral. A esquerda brasileira
não pode se eximir disto. Não pode permitir que este assunto seja apenas pauta
eleitoreira e nossos candidatos e candidatas limitem-se apenas a dizer que são
contra para garantir os votos. Enquanto isso as mulheres principalmente as
pobres e negras estão morrendo por causa de abortos inseguros.
A principal razão para a
legalização é a vida das mulheres. A negação da autonomia das mulheres em
decidir sobre suas vidas e seu corpo, a criminalização do aborto também é
violência de gênero.
Até que isto aconteça, esta feminista e tantas outras companheiras, permanecerão lutando por todas nós, pela eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres.
Até que isto aconteça, esta feminista e tantas outras companheiras, permanecerão lutando por todas nós, pela eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário