Qual a idade do PT?

Por Múcio Magalhães

Cheguei há pouco tempo do ato comemorativo do PT/PE. Um evento tranquilo, auditório lotado, uma justa homenagem ao companheiro Bruno Maranhão. Em meio ao bom astral uma particularidade me chamou a atenção: A idade da grande maioria das pessoas presentes.

Aos trinta e quatro anos o nosso partido precisa discutir a sério a questão da renovação geracional, não se restringindo a cotas obrigatórias e ampliando o debate para se perguntar sobre qual é mesmo a principal porta de entrada na militância e o que é capaz de atrair jovens para a luta organizada.

A minha geração, que iniciou a militância nos anos oitenta, veio em grande medida do movimento estudantil, e também de outros movimentos populares, mas se engajou a partir das lutas estudantis e operárias que sacudiam o país e pela novidade de construir um partido de esquerda sem fórmulas e modelos pré definidos. E hoje? O que chama a atenção e atrai? O debate de políticas públicas para a juventude? A luta pela conquista destas políticas? Mas mobilizar ou pressionar que governo, o nosso? Certamente poderia aqui listar muitas outras perguntas e não oferecer nenhuma resposta conclusiva. 

O que reforça a certeza de que este é um debate muito importante para um partido como o PT. Formar novas lideranças de esquerda, convencidas de que é preciso transformar este mundo capitalista e conquistar o socialismo é decisivo para que o PT continue um partido que governa, que atua nas lutas sociais e mantém acesa a chama da rebeldia, do inconformismo com os limites impostos por esta institucionalidade burguesa.

Quem vai provocar este debate? Talvez seja tarefa de muita gente, de qualquer idade, mas que não tenham deixado seus sonhos envelhecerem e teimam em querer sonhar e lutar junto para buscar a realização das suas utopias. Sonhar e lutar junto por um mundo justo e de forma organizada, com teoria e prática, em um partido onde as pessoas possam participar conscientemente e decidir seus destinos, assim como o PT nasceu e nunca deveria deixar de ser.

Um partido que se mantém atuando por muito tempo, mas sempre remoçado pelas novas gerações de homens e mulheres que com sua energia combativa mantenham erguida a bandeira vermelha da revolução.

Ao debate!

Pernambuco esteve presente na 12ª Jornada Nacional de Formação Política da AE





Militantes da AE de Pernambuco foram até o Espírito Santo participar de mais uma jornada de formação da tendência. Sempre presentes, os/as camaradas do nosso estado estiveram durante uma semana com militantes de todo o país realizando estudo e discutindo os temas que foram apresentados para o debate.

Representaram a militância pernambucana: Cinara (Juventude/UEP), Patrick (Juventude/UNE), Neemias (Movimento Popular), Joanita (SINTEPE), Gilmar (Professor/Movimento Popular), Lurdinha (Movimento Popular) e Paulo André (SINTTEL). Além destes, Múcio também esteve presente para participar da reunião da Direção Nacional, realizada durante a jornada.

Para quem não pode estar presente na 12ª jornada, já pode começar a se mobilizar para a 13ª, que acontecerá no Ceará. Certamente, a Direção da AE de Pernambuco vai mobilizar a militância para participar em um bom número e contribuir com o debate.

Até a 13ª Jornada! e vida longa à Articulação de Esquerda!

PT, Movimentos Populares e Políticas Setoriais

Por Bruno Elias*
Para o ano de 2014, a direção do PT tem estruturado seu plano de trabalho tendo como prioridade a reeleição da companheira Dilma e a criação de condições para um segundo mandato superior, que aponte para reformas estruturais no país.
Entre estas condições está exatamente um maior nível de consciência, mobilização e organização da sociedade brasileira, especialmente dos trabalhadores e dos setores médios identificados com o programa democrático-popular.
Nesse sentido, é fundamental a articulação do PT com os movimentos sociais e a militância dos setoriais na formulação programática e na campanha eleitoral. Além disso, o PT deve dispor de um canal de diálogo permanente com as lideranças dos movimentos sociais e a coordenação de campanha.
Corresponsável pela articulação do partido com os movimentos sociais e pela relação com os setoriais a ela vinculados, a Secretaria Nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT considera fundamental a participação ativa da militância petista nas lutas sociais convocadas pelos movimentos e organizações do campo democrático e popular no próximo período.
Entre outras reivindicações, fazem parte dessa agenda o Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva para a Reforma Política; a coleta de assinaturas para a Lei da Mídia Democrática; a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salários; o fim do fator previdenciário; o combate às terceirizações; as reformas agrária e urbana; a luta pela memória e a verdade aos 50 anos do golpe militar; os 10% do PIB para a educação pública; o Marco Civil da Internet; a ampliação do financiamento do SUS (“Saúde+10”); a desmilitarização das polícias; o combate ao racismo e o enfrentamento à violência contra a juventude negra; a autonomia e garantia dos direitos das mulheres; o direito à diversidade e a criminalização da homofobia; uma nova política de drogas e a garantia dos direitos da população indígena.
Trata-se ainda, de ampliar o diálogo partidário sobre a agenda política aberta pelas jornadas de junho e julho de 2013, as mudanças na formação social brasileira, bem como em relação às novas formas de participação e direitos reivindicados nas ruas e nas redes.
O PT deve se dedicar a compreender e politizar o debate sobre a entrada de novos personagens na cena política do país, a organização da nova classe trabalhadora e da juventude e o comportamento dos setores médios e da burguesia brasileira.
Além destas tarefas imediatas, serão diretrizes de atuação da Secretaria de Movimentos Populares do PT no período 2014-2017:
a) reafirmar o caráter estratégico das lutas sociais para o PT;
b) manter relação cotidiana com os movimentos sociais e organizações da classe trabalhadora;
c) enfrentar a criminalização dos movimentos sociais e lutar pela garantia da liberdade de manifestação e expressão;
d) colaborar com o processo de formulação da política partidária para atuação junto aos movimentos sociais e nas políticas setoriais;
e) promover a reflexão teórica sobre os movimentos sociais, as classes e a luta de classes no Brasil.
f) Fortalecer a participação popular e o diálogo com os movimentos sociais nos governos que o PT atua;
g) acompanhar e contribuir na criação, onde não houver, de núcleos, Setoriais e Secretarias Estaduais e Municipais de movimentos populares; reuniões periódicas dos coletivos e das plenárias;
h) desenvolver, em conjunto com a SNFP, a Escola de Formação e a Fundação Perseu Abramo, uma política específica de formação para a militância dos movimentos sociais.
Como ação permanente, também serão realizadas “rodas de conversa”, plenárias e debates regulares com os movimentos sociais e a publicação de cartilhas, livretos e um boletim eletrônico permanente dos temas relacionados à atuação da SNMP.
Em relação aos setoriais, a reforma estatutária realizada no 4º Congresso do PT apontou para sua atuação enquanto instância permanente de formulação e articulação partidária. Entre outras coisas, prevê a realização anual de pelo menos duas reuniões presenciais e uma plenária presencial e a limitação do mandato das Coordenações Setoriais e das Secretarias Setoriais em quatro anos.
Atualmente, são 14 setoriais nacionais constituídos, vinculados à Secretaria Nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT: Comunitário, Economia Solidária, Educação, Esporte & Lazer, Moradia, Pessoas com Deficiência, Saúde, Transportes, Ciência & Tecnologia e Tecnologia da Informação, Direitos Humanos, Indígenas, LGBT, Segurança Alimentar e Segurança Pública. Fortalecer essas instâncias é uma tarefa central das secretarias de movimentos populares do PT em todo o país.
A construção de um partido militante e socialista também decorre da capacidade do PT em expresar os anseios de milhões de trabalhadores e movimentos sociais. A ação da Secretaria Nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT em 2014 e nos próximos anos estará comprometida com estas lutas e com um programa de mudanças para o Brasil.
*Bruno Elias, Secretário Nacional de Movimentos Populares do PT

Acabou o ciclo do PT?

por Emir Sader em 31/01/2014 

A cantilena volta a cada eleição. Em 2006, nem era preciso, porque o ciclo seria cortado logo no início, se as previsões da oposição de que, depois da campanha midiática contra o governo e o PT e o estrangulamento de recursos no Congresso, dessem certo.

Não contavam com a astúcia do governo Lula, que já podia contar com os resultados da prioridade do social, que havia acertado a mão com as políticas sociais e pôde derrotar de novo a oposição. Em 2010 então, os que teorizavam que era o lulismo o que segurava o governo, se entusiasmavam com a possibilidade de voltarem a governar, amparados na “científica” previsão do diretor do Ibope e na galhofa de que a Dilma era um poste.

A eleição da Dilma permitiu demonstrar como o esquema de governo valia mais alem do “lulismo”, mantendo e intensificando o modelo econômico-social. Agora, a falta mal disfarçada de entusiasmo da oposição apela para um suposto "fim de ciclo do PT”, o que alentaria os desalentados candidatos da oposição a buscarem alguma esperança para encarar a mais difícil campanha da oposição.

O coro neoliberal na mídia entoa: terminou o modelo de crescimento econômico induzido pelo consumo, pela distribuição  de renda. Faz terrorismo para que as taxas de juros sigam subindo, apelando para um suposto descontrole inflacionário. Propõe o abandono do modelo econômico e a volta à centralidade do ajuste fiscal, que levou o Brasil à profunda e prolongada recessão que o FHC deixou de herança pro Lula.

Sabemos o que é “fim de ciclo”, com o fim do curto ciclo tucano, apesar das suas ameaças que teriam vindo para destroçar o Brasil por 20 anos. A política econômica de estabilização monetária e de ajuste fiscal se esgotou, FHC conseguiu esconder a crise de janeiro de 1999 e a nova e arrasadora negociação com o FMI – que o fez levar a taxa de juros a 49% (sic) -, para poder se reeleger. Mas em seguida a economia naufragou numa profunda e prolongada recessão, sendo resgatada só pelo governo Lula.

O apoio ao governo do FHC desceu a seu mínimo, não conseguiu eleger seu candidato e, dali pra frente, só enfrentou derrotas eleitorais. Não tem nada a propor, candidatos tucanos renegavam o governo FHC, quem o reivindica ressuscita os que levaram o pais ao pântano, corre o risco de nem sequer chegar em segundo lugar nas eleições deste ano. Isso é esgotamento, fim de ciclo.

A Dilma mantém alto apoio popular, é favorita para reeleger-se este ano, os índices sociais são melhores ainda do que quando a economia crescia mais, o Lula continua a ser o maior líder politico do Brasil, o PT tem projeções para obter o melhor resultado da sua história para governadores e para o Parlamento.

Os problemas que o governo enfrenta só podem ser superados não pelo abandono do modelo que permitiu o país crescer e distribuir renda, simultaneamente, como nunca havia feito na sua história. Mas pelo seu aprofundamento, pela quebra do poder do capital especulativo, por um papel mais ativo ainda do Estado na economia, pela extensão e aprofundamento das políticas sociais. E não pelo seu abandono, para o retorno a pacotes de ajuste prometidos pelos candidatos da oposição, com as duras consequências que conhecemos.

Não há fim de ciclo do PT. Dilma e Lula tem a popularidade que falta a FHC. O país não entrou em recessão, como com os tucanos, com a exclusão social que caracterizou o seu governo. A maioria da população claramente prefere a continuidade do governo do PT às propostas regressivas da oposição. O Brasil se prepara para a segunda década de governos pós neoliberais.

Brasil é referência mundial no combate à miséria


 O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, disse nesta quarta-feira que os avanços brasileiros em políticas sociais e de combate à fome 'não passaram desapercebidos para o resto do mundo'. 

'Esse conjunto de políticas mudou o rosto do Brasil. Hoje, [o país] é referência mundial no combate à fome e à miséria. E o Brasil não tem se negado à responsabilidade de compartilhar seu conhecimento', disse.

Representantes de países que usaram a experiência brasileira comentaram a implementação de suas próprias versões do programa. Entre outras iniciativas, o PAA inspirou o Purchase from Africans for Africa (PAA Africa), que atende a cinco países em caráter experimental: Moçambique, Senegal, Nigéria, Malauí e Etiópia. Além de compras locais para merenda escolar, os agricultores podem vender o excedente ao Programa Mundial de Alimentos (PMA) da FAO.

Alexandrer Wykeham Ellis, embaixador e representante do Ministério do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional, afirma que o país europeu investe no PAA Africa porque o programa funciona. 'Meu país é capaz de aprender e não só ensinar. Posso ver uma coisa muito bem feita no Brasil e aprender como podemos fazer isso nos outros países', disse.

Fonte: Blog do Magno Martins