O PT em Pernambuco
atravessa uma quadra difícil da sua história. Desde antes das
eleições de 2012 e até hoje que as diversas tendências internas
se movimentam a partir da posição política que adotam quando o
assunto é relação com o governador Eduardo Campos.
Na disputa da
prefeitura é inegável que diversos grupos do PT fizeram a campanha
do PSB e contribuíram para a derrota do PT. Meses após a eleição
trabalharam para que o PT sofresse sua segunda derrota política, que
foi compor o governo do PSB em troca de uma secretaria de segunda
importância. Outros se engajaram na campanha do partido, e pagaram o
preço da opção durante a campanha e depois, a exemplo da AE que
defendeu a não participação e não aceitou discutir a “divisão
dos cargos” na dita secretaria oferecida ao PT.
Dirigentes partidários
não tem o menor pudor em defender Eduardo Campos em qualquer
situação. Exemplos bizarros não faltam, do tipo Lula ser atacado
publicamente por um petista após a mídia divulgar que Lula
considerava uma ingratidão o comportamento do governador. Outro
diverge da posição da Executiva Nacional na discussão da entrega
dos cargos, por considerar que é preciso conversar mais e manter a
aliança com o PSB, etc. Para estes petistas, o PT é o alvo, que
atacam para defender suas estranhas relações com Eduardo campos.
Esta polarização é
o que demarca os campos na eleição interna. Os que defendem a
autonomia do PT se alinharam em torno do manifesto “compromisso com
os petistas e com os pernambucanos” assinado pela AE, CNB, EPS e a
parte da Mensagem ao Partido composta por João Paulo e alguns
grupos. Esta aliança interna se desdobrou na chapa ao Diretório
Regional que leva o mesmo nome do manifesto e na candidatura a
presidente de Bruno Ribeiro, advogado ligado aos trabalhadores rurais
através da FETAPE e internamente ao PT, a CNB.
O outro campo agrupa a
maioria da Mensagem ao Partido com destaque para a DS, grupos locais
da CNB, o PTLM, o MAIS, o MPT. Lançaram a deputada estadual Tereza
Leitão, que se reivindica nacionalmente da CNB mas rompeu no estado
.Para o DR lançaram várias chapas, como tática eleitoral e para
cada grupo “mostrar seu peso”.
Além das chapas
principais, concorrem as de O Trabalho e de um pequeno setor da CNB.
A polarização se
repete na capital e em praticamente todas as cidades do estado, e o
PED certamente será uma disputa acirrada, sobre temas que dizem
respeito ao posicionamento do PT sobre o governo do estado, nas
eleições 2014, e que tipo de organização e funcionamento
partidário são necessários para enfrentar as tarefas da
conjuntura. Estamos portanto, dentro de uma luta cujo desenlace será
crucial para o PT em Pernambuco.
A Articulação de
Esquerda participa deste PED assumindo seu lugar na linha de defesa
de um partido cujas instâncias funcionem, que não vacile na
preservação da autonomia partidária na relação com governos e
aliados, busque reatar os laços com os movimentos sociais, e se
organize para intervir com toda força na batalha para reeleger
Dilma e no plano estadual esteja pronto para o mais difícil
cenários, mas possível de se configurar, que é lançar candidatura
própria para governador.
Do ponto de vista das
chapas para o Diretório Nacional e presidente nacional do partido,
Rui Falcão e Paulo Teixeira tem votos em várias chapas e a AE tem
avançado na sua organização para conquistar o maior número de
apoios para a chapa A Esperança É Vermelha e para o camarada Valter
Pomar.
Para que o partido que defendemos exista em alguma medida, é cada
vez mais indispensável a presença de uma forte corrente socialista
no seu interior e participando da sua direção. Este PED renova o
desafio de manter os espaços da esquerda socialista no PT, e a AE de
Pernambuco contribuirá para que alcancemos nacionalmente esta meta
fundamental.
*Texto escrito por Múcio Magalhães, publicado inicialmente no Jornal Página 13
*Texto escrito por Múcio Magalhães, publicado inicialmente no Jornal Página 13
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