Mudar para vencer, vencer para mudar


Somente levantando com firmeza a bandeira das novas mudanças será possível mobilizar milhões. A continuar o defensivismo do PT, este corre o risco de sucumbir à atual ofensiva da direita na disputa presidencial e nos rumos da sociedade brasileira. Só lhe resta, portanto, mudar, retomando seu caráter mudancista. A única continuidade que deve defender é a das mudanças 


Situação política previsível. A disputa eleitoral começou com a oposição ao PT e ao governo Dilma, a velha e a nova, pretendendo provar, com mistificações e generalidades, que o governo está falido e o Brasil necessita de “mudança”. “Mudança” se tornou o seu bordão. Por outro lado, um número considerável de petistas parece não entender que, para vencer esta disputa eleitoral, o partido está obrigado a brandir ainda com maior força justamente a bandeira das mudanças.

O PT não deve se amarrar às mudanças que realizou nem à continuidade do que vem fazendo. Tem de discutir, convencer, difundir, mobilizar, batalhar pelas novas mudanças que o Brasil necessita para se tornar um país desenvolvido no sentido econômico, social, ambiental, cultural, científico e político. O mudancismo é a principal arma da campanha Dilma. Só apresentando as novas mudanças o partido pode forçar os adversários a desnudar o retrocesso e o conservadorismo que escondem sob o bordão de “mudança”.



A oposição acusa o PT e Dilma de descontrole inflacionário. E propala que reduzirá a inflação para menos de 4% ao ano. Diante disso, alguns se contentam em lembrar que, em 2002, o PSDB entregou o país com uma inflação de 14%. Ou a explicar que os preços dos alimentos e bens de consumo subiram porque os pobres, beneficiados pelas políticas de crescimento, elevação dos salários e transferências de renda, passaram a comprar mais e a pressionar a oferta. Isso é verdade, mas não mostra o que o partido e Dilma pretendem fazer para resolver a situação.

Afinal, nos últimos doze anos a produção pouco acompanhou o aumento da demanda. Os economistas tucanos e assemelhados chamam esse descompasso entre oferta e demanda de “inflação de demanda”. Para eles, a única forma de combatê-la consiste em reduzir a demanda. Mas tentam esconder que “redução de demanda” significa frear o crescimento econômico, promover o desemprego, arrochar os salários e diminuir os investimentos públicos. Ou seja, baixar a inflação à custa do sofrimento dos excluídos, dos trabalhadores e da classe média. O que, aliás, fizeram nos oito anos em que estiveram no governo de FHC.

É possível, porém, baixar a inflação através de mais investimentos públicos e privados e maior produção, principalmente de alimentos e de bens de consumo corrente. Maior oferta pode atender ao crescimento da demanda e fazer com que os preços caiam. Por isso, oportuna e corretamente, em seu pronunciamento no 1º de Maio Dilma afirmou que baixará a inflação mantendo crescimento, empregos, salários e investimentos em saúde, educação, saneamento, moradias e mobilidade urbana.

Para tanto, precisará mudar o desequilíbrio dos investimentos agrícolas. Aqueles destinados a assistência técnica, plantio, tratos do cultivo, colheita, industrialização e comercialização dos produtores familiares, responsáveis por mais de 80% dos alimentos do país, terão de subir exponencialmente. Também é vital aumentar o número de produtores – isto é, realizar uma reforma agrária que aproveite as terras da União e as usadas como reserva de valor para assentar rapidamente os sem-terra existentes no país. - See more at: http://www.teoriaedebate.org.br/materias/nacional/mudar-para-vencer-vencer-para-mudar#sthash.eVCoUa9c.dpuf

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